Concluído o período eleitoral, onde se observou a mais disputada e baixa campanha da história recente da democracia brasileira, é hora do Brasil pensar no futuro e em como superar os grandes desafios nas áreas econômicas e industriais, que repercutem tão seriamente na vida dos brasileiros.
Em uma fase em que tudo é ainda especulação, em que o discurso da presidente reeleita ainda se configura como apenas promessas de campanha, a sociedade começa a se preocupar com a formação da nova equipe de governo.
É de se notar que o número de partidos com representantes no Congresso Nacional foi ampliado e se a presidente reeleita seguir a mesma cartilha anterior de trocar cargos (e mais alguma coisa) por apoio parlamentar, devemos atingir algo perto de 50 ministérios.
Embora o mercado espere sinalizações da área econômica, a agricultura, pecuária e suas indústrias vinculadas (agroindústria), que podem ser agregados em apenas um termo AGRONEGÓCIO também já têm motivos de sobra para se preocupar.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que é o órgão responsável pela coordenação das políticas do setor e pela fiscalização das ações vem sendo sistematicamente enfraquecido. Para atender a fome de cargos e mais cargos foi perdendo fatias e já deu origem a dois outros ministérios o do Desenvolvimento Agrário e o da Pesca e Aquicultura. Os recursos orçamentários além de divididos, ainda acabaram sendo contingenciados em áreas estratégicas como a sanidade animal e vegetal, bem como a inspeção dos produtos de origem vegetal e animal, que garantem alimentos de qualidade a população brasileira e nossas exportações agropecuárias (que tem salvado a balança comercial brasileira).
Neste ano e nos anteriores os Fiscais Federais Agropecuários, carreira de estado responsável pela execução das ações do órgão, deflagraram uma série de ações contra o aparelhamento do Ministério da Agricultura. Por exemplo, contra a nomeação por indicação da indústria fiscalizada para um dos departamentos mais sensíveis à saúde da população brasileira, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal – DIPOA.
Agora, segundo as especulações e matérias jornalísticas publicadas em vários canais de comunicação a situação tende a se agravar ao extremo. Existe um forte lobby para que a presidente da CNA – Confederação Nacional da Agricultura, senadora pelo PMDB, Kátia Abreu assuma o Ministério. Seria o retrato fidedigno da expressão: “a raposa tomando conta do galinheiro”.
A senadora que representa o conjunto das entidades que são fiscalizadas pelo Ministério da Agricultura, que é sempre uma voz contrária às ações de fiscalização que possam prejudicar o setor, mesmo que sejam em benefício de toda a sociedade brasileira, inclusive questões de saúde pública, está fortemente cotada para comandar todas as ações de fiscalização.
Os servidores federais aguardam atônitos e torcendo para que tal absurdo seja mera especulação dos órgãos de imprensa e que o lobby do setor fiscalizado não seja suficientemente forte para por em risco toda a sanidade agropecuária e a inspeção dos produtos agropecuários.
Ações sérias de fiscalização tem detectado a utilização de substâncias proibidas, tanto a nível de produção agropecuária, como na industrialização, configurando-se fraudes de natureza econômica e criminal, como as detectadas no leite no estado do Rio Grande do Sul. As ações de fiscalização devem se tornar cada vez mais efetivas para coibir atos que venham a prejudicar toda a pujança do agronegócio nacional.
Com certeza colocando a “raposa para tomar conta do galinheiro” o Brasil da uma forte guinada para tornar o agronegócio ameaçado.
SAÚDE E INSPEÇÃO ANIMAL