Vamos falar de cidadania?
Cidadania - é o direito político conferido ao cidadão para que possa participar da vida política do país em que reside e pode ser: natural (decorre do nascimento) ou legal (através da naturalização). Segundo a Teoria Geral do Estado, no início o Estado é criado para servir o povo, depois avilta-se, e o povo é quem se vê forçado a servir ao Estado. Com o estado constitucional tem-se o retorno à origem, porém, com sentido de cidadão. O parágrafo único da Constituição Federal garante o pilar da cidadania ao afirmar que “todo poder emana do povo” (dos cidadãos).
Mas, lamentavelmente, ainda existem pessoas no Brasil que se acham acima das Leis e, enclausurados em sua ignorância, acreditam que são superiores aos demais. Uma destas cenas patéticas de total falta de cidadania foi protagonizada por um casal carioca, quando agentes da vigilância sanitária no exercício do poder/dever do Estado de garantir a saúde pública estavam fiscalizando condições sanitárias em plena Pandemia da Covid19.
O programa Fantástico da TV Globo, do dia 05/07 divulgou o momento em que o casal (vide imagem) desacata o agente do Estado, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro -RJ.
O agente ofendido é Flávio Graça, que ocupa o cargo de superintendente de Inovação, Pesquisa e Educação em Vigilância Sanitária, Fiscalização e Controle de Zoonoses da Prefeitura do Rio de Janeiro. Graça é formado em MEDICINA VETERINÁRIA pela Universidade Federal Fluminense - UFF, em 1991. Em 1997 tornou-se mestre em medicina veterinária pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ e, em 2007, concluiu o doutorado na área de sanidade animal.
Mas o casal ofendido (que não são cidadãos em suas próprias palavras) se acha acima da autoridade de saúde pública, se acham acima do povo: “Cidadão não, engenheiro civil, formado, melhor do que você” argumentaram.
Superintendente desde 2017, Graça explicou que: “As pessoas começaram a proferir palavras agressivas, xingamentos, palavras de baixo calão. Aí pegaram os celulares e colocaram apontando diretamente para o rosto dos fiscais, a cinco ou dez centímetros do rosto. Não era uma filmagem, era uma forma de agressão”. Segundo ele, as ofensas fazem parte do cotidiano de quem tenta fazer com que as regras que determinam o distanciamento social e limpeza dos estabelecimentos sejam cumpridas.
O médico veterinário ainda complementou que “Qualquer xingamento contra a minha pessoa, contra a minha família ou uma tentativa de diminuir não me atinge, em nenhum momento, a minha integridade. É tão pequeno que não havia a necessidade de retrucar”.
As agressões iniciaram após abordagem da equipe da vigilância sanitária em estabelecimentos comerciais que descumpriam as normas de saúde pública (cinco foram fechados na oportunidade). Segundo informou o fiscal, a equipe se dividiu: uma parte ficou na porta e o resto entrou para comprovar se havia alguma irregularidade dentro do estabelecimento. A entrada dos fiscais não diminuiu as ofensas do lado de fora.
“Aí eu falei: 'Então você se contenha, cidadão'. Na hora que eu falei cidadão, as pessoas ficaram ofendidas. Ali eles demonstraram uma ignorância. Porque cidadão é tudo o que a gente esperava que eles fossem e eles não eram”, ressaltou o superintendente.
Além do problema de aglomeração, os fiscais encontraram problemas relacionados a limpeza e venda de produtos fora da validade.
Como profissionais de saúde pública, MÉDICOS VETERINÁRIOS atuam na vigilância sanitária, vigilância epidemiológica, controle de zoonoses, nos Núcleos de Apoio a Saúde da Família – NASF, além de outras áreas de sua competência profissional definidas na Lei 5.517, de 1968, que dispõe sobre o exercício da profissão de médico veterinário.
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