Na data alusiva ao médico veterinário, 09 de setembro, estes profissionais são lembrados e homenageados de norte a sul do país. Ainda reconhecidos, por grande parte da população, como os médicos dos animais, os médicos veterinários atuam em várias áreas: na prevenção e saúde animal (clínica e cirúrgica), mas também em áreas da saúde humana e ambiental, no controle de zoonoses, na inspeção sanitária e industrial de produtos de origem animal, na docência, nos Núcleos de Apoio a Saúde da Família – NASF, na reprodução e melhoramento genético animal, na criação de animais de produção, na aquicultura, como responsáveis técnicos nas mais diversas empresas e indústrias relacionadas a sua área de atuação, nas fábricas de rações e alimentação animal, dentre outras áreas.
O desenvolvimento da agropecuária nacional e a segurança alimentar dos brasileiros e de mais de 150 países que importam nossos produtos alimentares só seria possível graças aos esforços, estudos e dedicação destes profissionais, tanto da iniciativa privada quanto nos órgãos públicos (de pesquisa, fiscalização, fomento e extensão rural).
Um exemplo bem atual mostra a importância destes profissionais. O Ministério da Agricultura confirmou na sexta feira (3 de setembro), após análise laboratorial confirmatória pelo laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Alberta, no Canadá, a ocorrência de dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) - conhecida como o “mal da vaca louca” - em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG).
Os dois casos isolados só foram detectados em função da ação direta de médicos veterinários do Serviço de Inspeção Federal- SIF (auditores fiscais federais agropecuários), que atuam nestes estabelecimentos, sendo que tal detecção ocorreu ainda no curral das unidades de abate, evitando que a carne destes animais fosse levada ao consumo humano.
A atuação destes profissionais foi fundamental para a mitigação de qualquer risco a saúde humana, bem como para garantir a continuidade das exportações nacionais.
Graças a eficiência dos auditores fiscais federais agropecuários – médicos veterinários, o Brasil, maior exportador de carne bovina do mundo, mantém seus mercados internacionais. Por enquanto houve a interrupção de exportação apenas para China, mas esta foi adotada de forma unilateral pelo governo brasileiro, atendendo ao protocolo bilateral entre os dois países, apenas para que as autoridades chinesas possam avaliar a situação.
A própria OIE - Organização Mundial de Saúde Animal, já emitiu comunicado confirmando se tratar de casos atípicos e mantendo inalterada a classificação do Brasil como “risco insignificante para EEB”.
Veja abaixo a nota de esclarecimento da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sobre o episódio:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirma a ocorrência de dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) - conhecida como o “mal da vaca louca” - em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG).
Estes são o quarto e quinto casos de EEB atípica registrados em mais de 23 anos de vigilância para a doença. O Brasil nunca registrou a ocorrência de caso de EEB clássica.
A EEB atípica ocorre de maneira espontânea e esporádica e não está relacionada à ingestão de alimentos contaminados. Todas as ações sanitárias de mitigação de risco foram concluídas antes mesmo da emissão do resultado final pelo laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Alberta, no Canadá. Portanto, não há risco para a saúde humana e animal.
Os dois casos de EEB atípica - um em cada estabelecimento - foram detectados durante a inspeção ante-mortem. Trata-se de vacas de descarte que apresentavam idade avançada e que estavam em decúbito nos currais.
Após a confirmação, na data de 3/9/2021 em Alberta, o Brasil notificou oficialmente à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), conforme preveem as normas internacionais. No caso da China, em cumprimento ao protocolo sanitário firmado entre o país e o Brasil, ficam suspensas temporariamente as exportações de carne bovina. A medida, que passa a valer a partir deste sábado (4), se dará até que as autoridades chinesas concluam a avaliação das informações já repassadas sobre os casos.
O Mapa esclarece que a OIE exclui a ocorrência de casos de EEB atípica para efeitos do reconhecimento do status oficial de risco do país. Desta forma, o Brasil mantém sua classificação como país de risco insignificante para a doença, não justificando qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos e subprodutos.