O Ministério da Educação autorizou no final de 2016 que o Centro Universitário FACVEST, localizado em Lages – SC, que tem como mantenedora a Sociedade de Educação Nossa Senhora Auxiliadora Ltda - SENSAL, oferecesse o curso de Medicina Veterinária pela modalidade “a distância”, o registro consta do portal e-MEC mantido pelo próprio Ministério da Educação.
Sendo a medicina veterinária um curso da área de saúde que tem em sua grade curricular obrigatória a clínica e cirurgia de pequenos e grandes animais, além de várias outras disciplinas que demandam a presença física do acadêmico, a medida gerou insatisfação, crítica e ações por parte da categoria profissional e de seus órgãos de representação e fiscalização do exercício profissional.
O próprio Conselho Federal de Medicina Veterinária, que é uma autarquia pública federal, encaminhou ofício ao MEC solicitando esclarecimentos sobre o tema.
No documento assinado pelo presidente do CFMV, Benedito Fortes de Arruda, é solicitado que o MEC informe o número do processo de autorização do funcionamento do curso citado, a data de autorização, além de informações sobre a relatoria do processo e a publicação da decisão no Diário Oficial da União. O CFMV também pede que seja enviada uma cópia do relatório de autorização do funcionamento do curso.
O presidente da Comissão Nacional de Educação em Medicina Veterinária do CFMV, Felipe Wouk afirma que: “Para formar um médico veterinário deve haver uma tutoria presencial e muito próxima em laboratórios, clínicas, hospital, fazenda e outros espaços. Um curso totalmente à distância não permite esta condição”. E acrescenta que “o curso de medicina veterinária pelas suas diretrizes curriculares, editadas pelo próprio MEC, contempla a possibilidade de ensino a distância como complemento ao presencial, num percentual muito pequeno.”
A instituição de ensino superior se manifestou ao CFMV afirmando que o curso será oferecido a partir desse semestre em três cidades (Joinville, Lages e Tubarão), e que ele tem como previsão um currículo majoritariamente à distância, com um número limitado de aulas presenciais. A instituição definiu o curso como "semipresencial".
A informação mais desinforma do que esclarece, pois a modalidade “semipresencial” citada pela FACVEST é uma modalidade reconhecida pelo MEC para os cursos com, no máximo, 20% da carga horária oferecida à distância, o que contradiz o próprio comunicado e diverge do portal e-MEC que informa que a modalidade é “a distância”.
Com a reação negativa, foi aberta uma petição pública no site homônimo www.peticaopublica.com.br, solicitando o fim dos cursos EAD em medicina veterinária, que tem como destinatário o Ministério da Educação, e que já conta com mais de 20 mil assinaturas. (Acesse a petição aqui)
SAÚDE E INSPEÇÃO ANIMAL