A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA agiu com rapidez à confirmação da morte de uma criança após ingerir o achocolatado Itambézinho, da empresa Itambé. O fato ocorreu em Cuiabá – MT e, além da criança que faleceu, duas outras pessoas também passaram mal após ingerir o produto: a mãe da criança e um amiga da família.
A Resolução de nº 2.333, é datada do dia 26 de agosto, apenas um dia após a morte de Rhayron Christian da Silva Santos, de dois anos, e determinava o recolhimento do lote (M4:21:18) do achocolatado Itambezinho e proibindo a comercialização do produto pelo período de 90 dias, em todo território nacional. A ANVISA informava que o lote deveria ser recolhido e armazenado até que um laudo apontasse o motivo da morte da criança. Segundo a Polícia Civil de Mato Grosso, que investiga o caso, um exame deveria indicar a causa da morte da criança.
A Itambé disse, em nota, que análises laboratoriais internas não identificaram qualquer problema na composição do produto do lote suspenso.
Com o avançar das investigações a polícia descobriu que o que se passou foi um crime por vingança. Segundo a Polícia Civil, o veneno foi injetado na bebida por Adônis José Negri, 61 anos, como forma de tentar se vingar de Deuel de Rezende Soares, de 27 anos - que segundo a polícia, furtava comércios e casas na região. Após o furto Deuel vendeu os achocolatados envenenados para a família do pequeno Rhayron, causando a tragédia.
Após confirmação do envenenamento intencional através da injeção de pesticida nos achocolatados e a prisão dos criminosos a ANVISA revogou a proibição da comercialização do lote.
Nestes casos a imagem da empresa fica momentaneamente arranhada, especialmente em tempos de grande divulgação através das redes sociais, onde as notícias circulam feito rastilho de pólvora. Sobrou até para a concorrente Pepsico, detentora da marca Todynho, que no ano anterior teve um problema de contaminação em um de seus lotes em Porto Alegre – RS, pela bactéria Bacillus Cerus que provoca intoxicação alimentar. A divulgação das informações acabaram se misturando e o caso do Rio Grande do Sul, que não teve óbito, e também gerou proibição de comercialização da ANVISA foi veiculado nas redes sociais como se fossem interligados.
Muito triste e lamentável a morte do pequeno Rhayron.
Mas podemos vislumbrar algo positivo no acontecimento: a agilidade com que a ANVISA agiu em defesa da saúde pública. No dia seguinte a notificação do óbito a comercialização de todo o lote já estava proibida nacionalmente e, constatado se tratar de um crime, sem impacto na saúde pública, a Agência retrocedeu de pronto em sua determinação.
Poucos parecem ter notado, alguns podem dizer que a ANVISA não fez nada mais do que seu dever, mas os registros não devem ser feitos apenas dos pontos negativos. Quando um órgão governamental age com eficiência e com extrema agilidade como no ocorrido, merece sim ter este registro.
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